quinta-feira, 5 de julho de 2018

» sou frágil como uma bolha
[...] quando a tardinha anuncia a chegada da noite, eu fecho
a minha janela e esqueço o mundo lá fora.
entro na minha concha e sinto-me um prodígio a vaguear nu-
ma ilha deserta.
sem farol para me guiar, sem horas para me acordar.
sou dono da minha própria sorte, do meu próprio destino.
sem pressa: "porque a ilha acaba logo ali".
o meu império está assente sobre o nada. a minha certeza é vaga.
sobre o amanhã eu não sei nada.
caminho sobre areia molhada como quem anda à deriva e
chega à praia sobre uma onda,
respiro a sensação da liberdade das aves, que, no vai e vem
trazem-me notícias tuas.
quando eu acordar, não terei a certeza
de nada.


José Maria... Z L

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