era um banco velho com sinais acentuados do tempo, num jardim florido.
eu andava por ali às voltas à procura sem saber do quê.
confesso, que a minha desolação poderia ser fruto
da solidão...
ou talvez, à pouca sorte de não ter encontrado um amor
correspondido.
o jardim estava cheio de pessoas.
casais a namorarem, a trocarem carícias...
gente feliz.
eu ali às voltas, vendo o tempo passar por mim.
mesmo sem querer, comparava-me ao velho banco
solitário.
houve momentos que correram-me lágrimas...
o seu fim..., era o meu retrato do futuro.
sentei-me como se eu tivesse abraçado um velho templo...
vi um quadro de fundo negro, nostálgico: correu-me mais uma lágrima.
a tarde aproximava-se e com ela aumentava a minha profunda tristeza.
... quando de repente apareceu uma moça linda.
tinha os olhos de quem acabou de chorar.
sentou-se no banco, olhou para mim e
sem forças para me dizer nada, fechou-se no silêncio e chorou de novo.
ai percebi o nosso quadro negro; a imperfeição da vida.
abracei-a com carinho.
não vacilei na candura do medo nem no jogo do destino.
falei abertamente...
falamos de tudo: hoje somos eternos
amantes.
José Maria... Z L
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