terça-feira, 31 de julho de 2018

por me encantares tanto
já julgo seres minha,
neste mundo de ilusão
és a minha perdição.
amo-te como eu nunca amei
abraço-te como nunca abracei...
nos momentos que lânguido te toco
sinto o calor do teu corpo,
o meu sente a presença do teu
que irresistivelmente, entrego sem pudor.
tu és o fogo que arde em mim
o prazer que renasce a cada instante,
eu sou uma constante fonte de prazer
onde sacias a tua sede.
vem meu amor...
eu tenho uma estrela só para ti!.

José Maria... Z L
o teu nome n'areia que o vento apagou
as conchas desnudadas,
o búzio que perdeu o norte
as ondas bravas que galgam o cais...
a bruma que desce e cobre a vila
a lua que perdeu o brilho,
o sol que se escondeu atrás do monte
o dia que se tornou tristonho...
a menina que perdeu o sorriso naquela aurora prometida...
são fantasmas que atormentam... e fazem
do soldado verde um moribundo.
o tempo destrói tudo...


José Maria... Z L

Tudo é pouco ou quase nada para eu descrever a minha
viagem. A expectativa é deveras...
A solidão é a minha companhia.
Faz três dias que eu parti e o meu diário ainda está no
bolso. A caneta deve estar algures na gaveta. Fumo um
cigarro, mais um cigarro,
enquanto "Ana-Mafalda" meu barquinho desliza sobre as ondas,
ao sabor do vento.
A maresia toca-me no rosto, olho a montanha que é o meu
guia e por instinto: acredito nesta minha aventura
louca.
Perderam-se as palavras nesta imensidão azul. Não sei
se é por medo ou respeito, mas
não tenho inspiração para escrever um poema que fale
de amor.
Os pássaros passam em bandos rumo ao sul, os peixes
nadam ali ao meu lado: amanhã, anotarei a
primeira história d'aventura.


José Maria... Z L

[...] talvez um dia caminharemos
juntos.
meus olhos serão teus...
teu corpo será meu.
[...] talvez um dia serás a luz que me
guia.
escreverei uma história que fala de ti...
que respira a ti.
[...] talvez um dia eu te
encontre.
serás a minha casa...
eu habitarei em ti.


José Maria... Z L
As tardes, o mar, a maresia, trazem-me saudades e sonhos.
Fazem-me acreditar que um dia partirei
numa onda amiga, para um destino incerto, onde a graciosa
vida me espera.
Se eu aportar nas Ilhas de Cabo Verde, abraçar-me-ei com
orgulho, à terra que me viu
nascer e me viu partir. Não me importarei de viver num só
dia os milhões de anos
que me restam, para colmatar a falta que me faz a morabeza.
Se o destino me reservar outras paragens, eu quero
acreditar que o mesmo sol
brilhará nos meus dias e que morrerei
olhando o mar.


José Maria... Z L
o mármore à entrada da nossa casa
é lindo como o meu amor por ti,
forte como os meus braços
quando eu te abraço.
a nossa sala tem cores de sonhos e fantasia.
o nosso quarto é o nosso ninho de amor
com tamanho só para nós dois.

 
José Maria... Z L

Seu olhar
Distante da realidade o seu olhar tristonho toca quem
passa na rua. É o
mendigo mais conhecido e mais pacato da baixa.
Oferece um sorriso a quem passa, estende a mão e
pede uma coisinha. Consentido com
a sua pouca sorte, vive no meio de nada e nada faz
para se mudar.
A sua pele enrugada, barbas grandes, sua roupa já sem
cor, deixam transparecer
que a última vez que viram água, foi quando choveu
em Lisboa.
É um mendigo que gosta de conversar. De contar a
sua história...
Salta-lhe sempre uma lágrima.


_ Foto da net

José Maria... Z L

Traz o meu sorriso. Aquele que eu perdi quando tu
partiste.
Traz-me a esperança. Para eu puder trilhar o os meus
sonhos.
Eu ainda quero acreditar no amanhã. Na possibilidade
de te abraçar de novo.
Eu inventei um plano. Aquele que contigo sonhávamos
naquela manhã.
Tu foste os meus olhos, a minha vida, o meu ser. Eu
acreditei numa clara
realidade, quando demos as mãos e juramos amor
eterno. Tu foste tudo o
que eu quis, o que eu sonhei, o que eu amei.
O caminho que o nosso destino traçou, tem rosas
perfumadas.
No auge do amor espero por ti nessa viagem. 


José Maria... Z L
tu és a estrela mais linda do universo...
a única que brilha no meu céu.
entre milhares de milhões escolhi-te, para vivermos neste
mundo, muito perto do paraíso.
não procurei a perfeição, mas encontrei a razão que só
os teus olhos têm; e eu soube lê-los.
a minha riqueza está em abraçar-te todos os dias e
desfrutar calorosamente, dos
momentos que vivemos; à luz de um ideal.
a vida é feita de momentos e as recordações são intocá-
veis.
quando olhamos para trás e vemos os pequenos momen-
tos, recordamos
como se fossem pétalas a desabrocharem em pequenos
gestos.
o nosso presente é um jardim a crescer... 



José Maria... Z L
Aqui neste espaço onde o imaginário é infinito, onde o
mar leva e traz,
as palavras nascem do ventre da mãe natureza.
Aqui o mar transborda de saudade e de melancolia de
quem um dia partiu e
deixou cravado em cada pedra, o seu olhar d'emigrante.
Toda essa imensidão azul
cabe dentro de cada um de nós e transporta-nos para
uma inepta realidade do que é nosso.
Em cada canto do
mundo está um Açoriano, um soldado, orgulhoso quando
fala dos Açores e da sua tradição.
É um libertar d'alma e das amarras que o
prendem na diáspora.


José Maria... Z L

Todos os dias à mesma hora venho aqui em busca de
sossego.
Sento-me sobre o muro, estendo o meu olhar sereno por
toda a avenida e
a única voz que eu ouço, é a voz imperial do silêncio.
Olho a calçada, os
desenhos simbolizam-me as estrofes d'um poema.
A cada desenho, uma
palavra por escrever uma poesia que fala do monte ao
fundo.
O azul do céu por si só, é uma poesia branca, na quietude dos
meus sentimentos.
Apraz-me o horizonte que os meus olhos vêem na matiz que
me rodeia, quando a
noite desce mansinha, sobre a avenida e abraça a vila.
Aqui, a vida tem o sabor da
eternidade.


José Maria... Z L

Tenho saudades do teu abraço, do teu beijo e do
teu carinho. Daquele momento
só nosso.
Em que o mundo parava enquanto eu descia pelo
teu corpo; que era meu.
Tantas vezes senti o teu respirar profundo quando
dormias acordada, den-
tro dos meus braços. A tua voz trémula, não dizia
sim nem não...
Teus olhos falavam por ti, a cada toque meu.
Eu conhecia-te!...
Eras a minha flor e eu o teu pólen. Como
a abelha, suguei o
teu néctar e deleitei-me no enlevo do teu corpo: to-
das as
vezes que fizemos amor.
Era amor por amor, como o ar
para a vida.


José Maria... Z L

Eu sabia que estava apaixonado. Que essa paixão era fruto
do teu sorriso.
Eu nunca escondi o quanto eu te desejava e as vezes que sonhei contigo.
Procurei-te na rua onde moras; em vão.
Conhecia o teu perfume e o teu cheiro sem nunca te ter tocado...
Sinto-te no meu quarto nas minhas noites sem ti...
Vejo a tua imagem nas paredes brancas a sorrir para mim.
Quando sentas no meu colo e eu a caricio o teu cabelo de anjo... sinto-me,
abençoado por esse céu que cobre tudo e todos.
Sei que é um sonho; recuso-me
a acordar. 

 
José Maria... Z L
A árvore morre de pé
Renasce o dia e eu procuro no tédio a raiz da água. A púrpura, que
me
libertará da melancolia com que eu acordei.
Há um animal azul, feroz, que tenta trucidar o meu sonho
de menino: ser poeta.
Nem as cinzas que cobrem e matam a árvore centenária, nem as
nuvens que escondem o
azul do céu, ofuscam a minha sede e perscrutam
o meu caminho.
Ostento o fio do horizonte onde as aves dormem e os
lobos pernoitam.
Nada oscila o meu sonho determinado. O meu mundo é
uma praça vazia
vestida de olhares pálidos, onde a ilusão nunca
morrerá.


José Maria... Z L
Ainda hoje te dou todo o carinho e todos os abraços do
anterior século...
As promessas e as palavras daquele tempo estão
consagradas no
meu peito, e são proferidas nos meus actos.
Amo-te com toda a serenidade
do tempo, e de forma límpida, beijo os teus lábios que me
sabem a mel.
Navego no teu corpo na escuridão da noite e sinto-me a
flutuar nas ondas do teu sexo.
Teu corpo é uma miragem que ostenta meu
ar vital.


Imagem: Sensuality In Art

José Maria... Z L

Ainda hoje te dou todo o carinho e todos os abraços do
anterior século...
As promessas e as palavras daquele tempo estão
consagradas no
meu peito, e são proferidas nos meus actos.
Amo-te com toda a serenidade
do tempo, e de forma límpida, beijo os teus lábios que me
sabem a mel.
Navego no teu corpo na escuridão da noite e sinto-me a
flutuar nas ondas do teu sexo.
Teu corpo é uma miragem que ostenta meu
ar vital.


José Maria... Z L
Pintei-te na tela da vida...
Na profundeza dos meus olhos, como se fosses uma boneca
de fogo.
Para que não partas, para que eu não te perca, tenho-te
dentro dos olhos...
Na certeza porém de que és a estrela que eu abraço na
finitude das noites.
Poderá ser o desejo ilusório...
Mas és a fantasia escaldante dos meus sonhos.
É tão fugaz quando olho para ti... e
relembrar-me-ei da ternura com que eu te pintei, que me dá
vontade de pintar o mundo em ti: ou
todo o mundo de ti.

_ Imagem: Sensuality in Art

José Maria... Z L

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Pintei-te na tela da vida...
Na profundeza dos meus olhos, como se fosses uma boneca
de fogo.
Para que não partas, para que eu não te perca, tenho-te
dentro dos olhos...
Na certeza porém de que és a estrela que eu abraço na
finitude das noites.
Poderá ser o desejo ilusório...
Mas és a fantasia escaldante dos meus sonhos.
É tão fugaz quando olho para ti... e
relembrar-me-ei da ternura com que eu te pintei, que me dá
vontade de pintar o mundo em ti: ou
todo o mundo de ti.


José Maria... Z L

_ Minha gratidão
como se eu vivesse num casulo
o tempo levou anos a passarem por mim,
hoje livre das amarras
inalo o perfume que brota de ti.

sinto o fulgor da tua companhia
nesse caminho agridoce,
abraçado a ti
sigo a luz do farol.
não importa o tempo que eu levar
no fim estaremos juntos.
Grato meus amigos pelos 502 gostos
e mais comentários.

José Maria... Z L
_ Minha gratidão
como se eu vivesse num casulo
o tempo levou anos a passarem por mim,
hoje livre das amarras
inalo o perfume que brota de ti.

sinto o fulgor da tua companhia
nesse caminho agridoce,
abraçado a ti
sigo a luz do farol.
não importa o tempo que eu levar
no fim estaremos juntos.
Grato meus amigos pelos 502 gostos
e mais comentários.
José Maria... Z L
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Foto de Z L  Poemas e Poesias.
_ Pátria, amada
Doce é o sorriso que a aurora trouxe-me nesta manhã, com o
sabor do teu beijo.
A brisa que tocou-me o rosto tinha a sensibilidade da
maresia...
O vento que sussurrou na minha janela, de leve, tinha a voz
da mãe África, e
trazia o meu retrato de infância.
Como poderei eu esquecer aquela pátria, amada?...
Se ainda trago nos pés a marca dos trilhos que tantas vezes
percorri, e na
pele a cor de mais um filho na diáspora...
Ainda me lembro das tuas fontes de água fresca onde tantas vezes
eu saciei a sede!.
Os meus olhos brilham quando eu falo de ti, da tua história
e do nosso povo.


José Maria... Z L
O voo é às 6:00
Partirei da forma que eu cheguei...
Para trás, ficam lágrimas de saudade dos abraços que dei e dos que ficaram por dar.
Aqui eu amei com todas as minhas forças como se a ilha
fosse a minha princesa, como
se os meus olhos vissem apenas, o azul nublado desse céu.
Falo desta terra em que os
encantos são os maiores regalos d'um povo, onde o verde
é a esperança e
o mar, uma tela em que se pintam os sonhos de partidas e chegadas.
Mas é na rocha negra que circunda a ilha que eu li as frases
mais bonitas e as estrofes mais
singelas dos poemas, que, a natureza tatuou na sua diversidade.
Partirei... com a certeza de que
te amei.


José Maria... Z L

Há uma casa e uma estrada.
Há um rio que passa à séculos e que desagua na foz do
meu sentir.
Há uma árvore despida pelo vento que cruza o horizonte.
Há um livro que
guarda memórias seculares d'um povo, que transcende
o presente.
Há um olhar felino na savana.
Há um peixe azul que cruza o oceano e um pássaro verde
que habita o vazio do céu.
Há um registo apócrifo na matiz do tempo e cores sépias
distantes da realidade.
A casa da montanha sempre escondeu um mistério
onírico.
Já mais desvendável.


José Maria... Z L

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Ainda procuro a resposta e não encontro o motivo que me
fez partir...
Quando eu troquei o meu mundo de afecto para uma es-
cura realidade.
Todas as respostas apontam para uma utópica ilusão.
É certo que eu passei a
viver numa grande cidade onde a fantasia se sobrepõe
à realidade, on-
de a correria destrói a paz, d'alma.
Tantas vezes que eu
atravessei as ruas no meio da multidão como se eu esti-
vesse no meio de um deserto, com
o coração a
doer de solidão: sem um sorriso sem um abraço.
Ainda hoje guardo os
encantos das lívidas manhãs da minha aldeia como espólio,
no meu baú de memórias.
Bem escondidas da erosão do tempo, como se
fossem os meus verdes olhos.


José Maria... Z L
Se um dia eu me sentir solitário escreverei um verso que nunca morrerá.
Falarei de ti, do mar e das coisas vagas.
Se um dia eu me sentir distante do céu olharei à minha volta e em silêncio,
gritarei por ti, até que o céu me escute e abra a porta.
Há milhares de anos que eu vivo sozinho como se eu não tivesse medo da solidão.
Hoje é só mais um dia que eu procuro nas palavras macias o teu nome: e dar-te-ei o meu verso eterno.
Tenho saudades do porto de onde eu parti.
Regressarei noutra vida para te levar comigo; e terminar
o meu verso.


_ Foto ZéZé Lopes

José Maria... Z L
Dentro do meu peito vive comigo o âmago do meu dia
a dia.
Respira o apogeu que há em mim.
Inseparável o meu coração...
Palpitante às vezes... quando a razão nem sempre é
o mais aplausível.
Ou o mais desejável.
Conhecedor dos meus hábitos, controlador dos meus
sentimentos, a
minha caixinha vermelha não pára para que viva.
Meu verdadeiro amigo.
Pulsa milhares de vezes por dia para que eu possa
sorrir e cantar...
Para que eu seja feliz.
Mesmo desrespeitando algumas regras,
estás comigo.
- Obrigado.


José Maria... Z L

_ Poema ousado
Tens a força do tempo,
Olhar de uma corça,
Corpo de sereia...
O teu poder de fêmea,
O teu jeito doce,
O teu cabelo dourado...
_ Faz de ti, uma mulher fatal.
Procuro os teus lábios carnudos
Na noite que anteceda o meu desejo,
Terei os teus seios nas minhas mãos,
Quando à noite desnudo o teu corpo
Numa praia deserta...
Ao luar...
_ Amavelmente, o tempo parará para nós.
Se o vento fustigar a areia da praia
Cobrirei o teu corpo frágil com doces beijos,
Afagarei as tuas mãos macias,
Aquecerei o sangue que te corre nas veias
Com o fogo da paixão...
E faremos amor ali...
_ Nessa praia descoberta.


José Maria... Z L

Se o céu do teu mundo é aquele que tu sonhas
O meu eu construí a medida dos meus olhos...
Se o teu céu é perfeito
O meu é um génio e toca o abissal da perfeição.
Se és humilde e defendes a natureza
Eu sou o fruto de um sorriso amado...
Se o teu céu brilha de azul
O meu cobre este pequeno mundo verde em silêncio.
As tuas mãos tem o tamanho dos astros
As minhas das cores da verdade...
A delicadeza e a obrigação assim nos exigem
Na perseverança da paz.
- Eu amo a tua liberdade...
- Proponho-te uma condição...
Darmos as mãos
E defendermos o ambiente.


_ Foto ZéZé Lopes

José Maria... Z L

Quando o silêncio amena os meus sentidos procuro na pequenez, a
grandeza infinita do universo.
Seu tamanho tímido, sua alma desmedida, suas raízes
profundas, sulcam das
rochas e do mar a historia e a sabedoria d'um povo.
É no seu olhar humilde,
nas suas rugas, nas suas mãos calejadas, que leio a
honra e a dignidade de
quem sonha: só com a felicidade.
Um pôr-do-sol nostálgico deste recanto do paraíso,
fez-me abraçar o mundo e
num segundo, sentir que os degraus são apenas
para eu sentar e
observar o voo dos pássaros.
Quando o silêncio impera sobre mim, procuro uma fajã
e delicio o melhor da vida.


- Foto ZéZé Lopes

José Maria... Z L

Se o eterno fosse palpável eu queria sentar-me à sombra
dos teus cabelos e
deleitar-me na profundidade desse prazer...
- Queria ser o tempo e parar definitivamente nos teus
olhos.
Há momentos vazios que valem a eternidade d'um sonho...
- O fogo d'um beijo.
Teus seios ostentam a virgindade d'um desejo, acalentam
a ansiedade de um abraço...
- É serpentino e profano, encostar o meu peito e dormir
nos teus braços...
- É como banhar num lago e morrer
de sede.


-- Foto da Net.

José Maria... ZL

Do Pico chega uma brisa fresca,
lânguida, toca-me o rosto,
sinto o cheiro da lava
que pintou este lindo quadro.
As pedras pretas são as marcas do vulcão
os musgos são retratos do tempo,
uma perfeita combinação
com este mar atlântico.
Aqui são os Açores
um dia lhes chamaram as Ilhas de bruma,
são as Ilhas dos amores
as nossas nove meninas.
De Stª Maria ao Corvo
venha o diabo e escolha.


- Foto ZéZé Lopes

José Maria... Z L


- desencontros
há gaivotas no cais...
há um barco a partir...
há gentes com lágrimas.
- quem parte já chora de saudades
- quem chega chora d'emoções.
aldeia de multicolores.

José Maria... ZL
[...] olho para ti
os meus olhos brilham,
beijo-te, sabes-me a mel...
não quero acordar desta realidade.

José Maria... Z L
Na clausura amarga d'um olhar eterno, abraço hoje com saudade
aquele tempo,
em que a inocência foi a realidade dos meus dias.
O sol e o vento que
tocaram o meu rosto de forma indelével pela manhã, foram
sensíveis, como
o meu olhar de criança de então.
Foram tons musicais que vinham do alto da falésia, sons que
chegavam com as
marés, vindas, nas tardes da primavera.
O meu olhar nunca foi receoso!
Foi brilho vivido na candura do meu eu.


José Maria... Z L
A única certeza que eu tenho é que sou um caminhante convicto, que
anda ao sabor do vento; sem nunca perder as oportuni-
dades do tempo.
A minha convicção, as cores com que eu defino o
meu estilo,
próprio: são razões do meu orgulho.
É inerente imaginar o fracasso, quando ainda a noite vem
longe e a
madrugada é a mãe de todos os saberes.
Partirei esta noite..., para a
minha casa branca, com arcadas do século passado.
... Com terraço e vista para o mar.
Dali..., pintarei o quadro que eu vivi an-
tes de nascer.


José Maria... Z L
Navego num mundo utópico com trevas e oscilações,
ficções e desvarios,
onde o crepúsculo cresce e a timidez é profana.
Carrego o pólen e
a mudez das palavras na ode que há em mim, em cada
frase apaixonante
deixo o lirismo poético d'um poema.
É efémera a força de sentir, é lânguido o abraçar etéreo
quando o vazio ves-
te a quimera de uma tarde melancólica.
A aurora, brilha nos teus olhos quando lembras a força
daquele abraço.
A paixão é roda viva: afectiva, no
breu dos amantes.


José Maria... Z L
Tenho uma mão no peito outra no cimo da colina...
O monte surreal, que tantas vezes eu subi e abracei a aldeia onde eu nasci.
Sou ternamente grato, ser mais um filho de Rebelo.
Honro-me dos primeiros ares que eu respirei, da primeira água que eu
bebi, dos primeiros abraços que eu recebi.
Sou mais um filho que ternamente agradece, a sorte de ter nascido aqui: onde
a felicidade e a paz renasce todos os dias; com sorrisos.
É aqui, que eu aprendi a
amar a simplicidade da vida, o cântico das aves e
as meninas com cabelos de anjo.
O tempo corre mais depressa do que o sangue nas minhas veias...
Como tenho medo de morrer numa praia deserta, antecipei a minha morte e morri hoje
nos teus olhos, para renascer de manhã nos teus braços.
A aurora, a finitude com
que eu percorri todos os trilhos da minha aldeia, é hoje a
analogia d'um amor eterno.


- Foto ZéZé Lopes

José Maria... Z L
Era uma vez...
Em que o meu sonho era azul,
tinha o tamanho de um horizonte verde,
onde cabiam todos os meus desejos.
Coabitei com uma infância de mil cores,
vestida de certezas e incertezas.
Nunca tive muito...
Mas tive tudo o que me fazia feliz: tive liberdade.
Corri campos, tropecei, caí e levantei...
Li livros que percebi e outros que não,
fiz coisas que voltaria de novo a fazer,
cometi erros que já mais voltaria a cometer.
Imaginei quadros que ficaram por pintar,
pintei alguns esporádicos, de que muito me orgulho.
Era uma vez...
Em que eu acreditava que quando amasse, daria uma estrela ao meu amor.
Hoje eu amo...
E fiz do meu amor uma estrela.


José Maria... Z L