quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Crepúsculo da vida
 
Creio no fogo e na terra. Creio no tempo que tornou
este dia tão longo e
nas horas tão macias p'ra nunca mais eu me
esquecer.
Acredito em ti e nas vozes vindas do além.
Acredito!...
Mesmo que um dia eu me desfaça em pó, acredito,
que, valeu a pena ter
nascido nesta época e ter vivido de
sonhos.
Aguarelas com que eu pinto o meu viver, têm cores
de oiro e valores
de diamante. Mesmo que um dia eu me desfaça em
cinza, ficará sempre uma
réstia de história que alguém julgara a seu
critério.



José Maria... Z L
Perfeita. Deslumbrante. Eu sabia que eras bonita. Mas não
imaginava tanta formosura numa
pessoa só.
Trazias um vestido branco, sapatos e laço no cabelo
a condizer. Peguei na tua mão e
sorriste para mim. Senti-me o homem mais feliz
do mundo. O namorado mais orgulhoso
que a vida pode permitir.
Eu tenho um coração doce. Ambicionava ter uma boa
mulher: Deus deu-me uma boa mulher, uma
mulher boa e meiga; perfeita.
Se um dia eu acordar desse sonho que
seja ao teu lado.



José Maria... Z L
Procuro o rio depois sigo o destino...
O abismo não me assusta.

José Maria... Z L
Antes de morreres fecha-me nos teus olhos para eu nunca
te esquecer...
O dia que o teu coração pare o meu deixará de sorrir.

José Maria... Z L

Sentimento

Conto as letras, as sílabas e as palavras, meço o tom
de voz, com
que chamo o teu nome para não ferir os pássaros nem
a sensibilidade dos peixes.
O mar tem as marés e as ondas que levam e trazem
saudades.
Nessas ondas, vagueio, com os meus botões, desaba-
fo, o que já mais canta-
ria num auditório vazio ou numa praça cheia de poetas.
A brisa que tocou-me no rosto de manhã veio d'outro
lado do mundo, ti-
nha o cheiro d'outro tempo e o perfume d'um amor que
ainda perdura.
O vento que sussurrou na janela trouxe-me lembranças,
discreta, a tua
imagem sorriu para mim: com o mesmo sorriso e o
mesmo cabelo de anjo.
Ainda perdura... esse sentimento.



José Maria... Z L
Os meus olhos tornam-se pequenos quando o elo, desliga,
o dia da noite. A minha visibilidade
encurta-se na magia do escuro e a vida incute-me o prazer
de viver.
Faz anos que eu caminho nesta larga avenida sob o som das
cagarras, tento descortinar o
que elas querem transmitir-me e não consigo. Mas sinto
uma paz serena que toca-me no
fundo d'alma como este poema que escrevo.
A noite segreda-me os mistérios das estrelas, da lua e dos
amantes..., recorda-me dos
amores que vivi e alucina-me para amar cada vez mais,
quem me ama.
A noite é um oásis onde habita a
minha inspiração.

José Maria... Z L


O deixar para depois poderá ter um sabor amargo...
Poderá ser um monstro que caminha sobre o desleixo e, que, nos
afundará num buraco, à espera.
Por vezes, poderá parecer uma montanha intransponível à luz dos
nossos olhos, mas que na realidade, não pas-
sa d'um fantasma que nos segue. Que nos destrói.
Todas as decisões são importantes. Quanto mais importante for
mais nos suscita o medo, o adiar: isso paga-se. Perante
o tempo que não espera; que é
implacável.
O que custa é começar.


José Maria... Z L

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Hoje tive um sonho que me levou de volta à minha feliz
infância. Nesse sonho,
sentei amorosamente no colo da minha mãe e revivi as
maiores ternuras de então. Brinquei com
os meus irmãos num gesto de carinho, como se não houvesse
o amanhã, visitei
os vizinhos, e regressei à fonte onde tantas vezes eu
saciei a sede.
Hoje, corri pelos campos que eu conheci tão bem; e
com a mesma avidez: arranquei
plantas e flores, ingenuamente.
Hoje, senti aquela força incansável de criança, aquele
sorriso imensurável, quando eu
peguei nos lápis e cadernos e caminhei pelos mesmos trilhos de
acesso à escola com colegas e amigos.
Hoje, o sonho
levou-me à terra morena, on-
de o orvalho fazia-me cocegas nas canelas desnudadas
de criança,
e o mesmo vento que fustigava tudo, acariciava
o meu cabelo.
Hoje, voltei a ser criança.


José Maria... Z L

Na verdade, eu disse te pouco. Sabes pouco. De mim, pouco ou
nada sabes.
Não sabes onde moro, não sabes o meu nome e se eu existo.
Só sabes que eu sou perfeito.
Essa é a personagem criada por ti, o actor em quem tu confias
cegamente, para te
representar em todos os papeis e em todos os filmes da
tua vida.
Quase que não existes. Quase que não decides nada por ti. Sou
eu, tudo eu.
Tudo que eu decido, encanta-te, dá-te prazer e faz te sorrir.
Esse sorriso que na reali-
dade te provoco, chama-se, amor-obsessão.
Ficção (...) muito senhor de
um sonho.


José Maria... Z L
Já se faz tarde...
Olho para trás e não fiz nada.
Logo hoje que eu tinha muitos planos, muita força e muita vontade
de caminhar por en-
tre a multidão e sentir-me, só mais um felizardo da minha
humilde rua.
O tempo foi curto...
As horas passaram rápidas.
Só me resta o tempo de beber um copo no bar da esquina, sen-
tar-me à sombra do
descanso e apreciar o pôr-do-sol.
Eu amo a vida...
Lutarei até ao último fôlego.
Para que o meu sorriso seja uma porta aberta, confiante, onde
tu entras e sentes o
cheiro d'um amor com o sabor a eternidade.
Olho para ti...
Não cansarei de olhar.
Talvez um dia amar-te-ei: perfeito.


José Maria... Z L
O meu olhar atravessa a claridade do dia e voa como um pássaro
faminto no
seu voo matinal, rasgando o céu de uma forma abstracta, que só
os meus olhos decifram.
Por detrás de uma névoa esconde-se a ênfase com que escrevo
os meus poemas...
Do outro lado do mar chegam as intuições narrativas que
perfumam, os meus ideais.
Os meus olhos são como orvalho. Doces
como o teu olhar.
Em cada gota, há um sonho, uma bravura e um poema
por escrever.
O meu olhar é ameno.


José Maria... Z L
[...] doce é o teu olhar.

José Maria... Z L

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Com que voz eu chamo o teu nome se o meu corpo fica trémulo quando
lembro de ti, se
as palavras fogem de mim num galope gigante como um cavalo branco,
amedrontado.
Como procurar-te se eu tenho medo de te encontrar, se o verde dos teus olhos
assustam-me e
refugio em mim, como um peixe azul no seu casulo.
Não sei do caminho que me leva a ti, nem
decifrar a mensagem que o vento traz, quando a claridade entra pela janela e 

sonho contigo.
Não sei se te amo ou se te quero amar, mas
sei que estás no meu âmago.


José Maria... Z L
Sou filho de um bairro pobre
Sou um menino da rua,
Há quem diga que não sou nada
Há quem acha que estou a mais...
Sem conhecer a razão
Sem se pôr no meu lugar,
Atiram-me para um canto
Atiram-me como se eu fosse um trapo.
Condenam-me
Condenam-me sem direito a julgamento,
Tramam-me
Tramam-me sem respeito...
Por ser de um bairro pobre
Tenho rótulo de ignorante,
Como se a inteligência fosse
Filha dos influentes.
O teu corpo é igual ao meu
A tua vida é igual à minha
Não te iludas...
Somos todos mortais.


José Maria... Z L
Tenho saudades do tempo que passávamos naquele
jardim...
Dos beijos que trocávamos naquele velho banco...
O mesmo onde tantas vezes desnudei o teu corpo na
intimidade do luar,
e abrias-te para mim, como pétalas de uma rosa branca.
Era um tempo só nosso...
Em que as nossas almas sorriam profundamente, como
dois anjos perdidos.
Oh, tempo ingrato!...
Consumiste todo o ouro da minha felicidade, deixaste-me
à mercê de um
sabor amargo: difícil de digerir.
Eu tenho saudades desse tempo que ainda perdura no
jardim florido das
minhas memórias e, que, me consome sempre que
regresso ao mesmo banco: tenho-te.


José Maria... Z L
Pode ser um jogo, um mistério ou um campo enigmático.
Pode ser um sonho
ou um caminho a percorrer. Não tenhas medo.
O teu dia chegará e
enfrentarás olhos nos olhos a candura d'uma praça vazia
ou uma multidão de sábios.
É tudo pragmático. Desde que olhes o futuro com determi-
nação e
acredites no poder absoluto do querer.
Entre o céu e a terra vagueia o espírito do homem
inconformado, inquie-
to, em busca d'uma paz divinal que não existe neste
mundo real.
Mas que o persegue como o predador à presa.
Não tenhas medo.
Um dia tudo se resumirá numa
simples história.


José Maria... Z L
A vida é um deserto sem certeza do amanhã
É nessa incerteza que vive o homem
No agridoce de ser e não ser.
Pelos caminhos andamos numa correria
Em busca da verdade que talvez nem existe
Ou de uma mentira sem perdão.
Com pedras sobre pedras contruíu o homem o seu castelo
Empunhando uma espada na mão
Tombou aos pés do inimigo.
O que por vezes vislumbra no tempo
Pode o meio não justificar o fim
Mesmo que a razão seja um facto.
Não deixes o teu olhar desfalecer...
O tempo poderá ser prematuro.


José Maria... Z L
Conheço-te bem; como conheço o teu acordar, o teu sorriso e
o teu cheiro.
Conheço-te, como me conheço!.
Sei dos detalhes do teu corpo de cor, traçei a linha ao pormenor
quando ainda dormias.
Sei o teu ponto fraco e como levar-te à loucura!.
A tua cama é feita de beijos.
Nela morreste e resussitaste tantas noites quantas as vezes que,
desnudei o teu corpo.
A tua respiração aumentava a cada toque meu, o teu desejo
serpentino afoga-
va-se nos meus beijos e, amorosamente, deleitavas-te nos
meus braços.
Sei-te, de cor...


José Maria... Z L
[...] não sou rico mas não importava,
não sou louco-exigente: sou
feliz!.

José Maria... Z L
Não me importo de viver mil anos nem de morar no teu peito,
desde que eu morra no céu da tua boca!...
Teu corpo é uma casa que habito desde que me lembro. É
com o mesmo sentimento de
outrora, que desfruto o prazer da tua companhia.
Os teus olhos ainda tem o mesmo brilho e a doçura de uma
gazela, a mesma
avidez de uma águia. Quando me olhas nos olhos não te
resisto, como nunca te resisti.
A formosura da tua juventude, é ainda, da mesma menina que
me encantou: que conquistou o
meu coração. Todos os dias olho para o céu e
faço uma prece, agradecendo a
bênção de te ter.


José Maria... Z L

domingo, 5 de agosto de 2018

Não obstante a realidade d'então ainda sinto-me preso às
minhas origens: das quais
nunca me libertarei. Talvez o mundo seja um casulo; ou
eu vejo no campo uma forma
de libertar a nostalgia de quem deu seus primeiros passos
na terra.
É no campo que eu caminho em liberdade, de mãos dadas
com a bravura da minha simplicidade...
É aqui, que me liberto das amarras quotidianas e executo o
meu projecto amoroso.
Falo com as minhas plantas como falo com o tempo que me
traz a chuva na primavera, rego-as,
com o mesmo cuidado que bebo a água matinal da
fonte d'aldeia.
As minhas plantas são esmeraldas dos
meus olhos.


José Maria... Z L

Todo este verde que os meus olhos alcançam
neste horizonte ainda virgem, a sombra
das árvores e os frutos, o lago que ostenta as
folhas e os cines...
O silêncio interrompido pelos voos das aves, o
o rio que desce magestoso da serra
em direcção à foz, são bênçãos que eu recebi
do céu, nesta terra de sonhos.
A aurora branca que entra pelas frestas da jane-
la, o sol que dá o ar da sua graça, o
sorriso da menina, são alentos, pertinentes, para
a minha felicidade.
Nada é vago quando os olhos se enchem e
degustam os sabores do que
é seu.


José Maria... Z L
Almejo-te, na penumbra do tempo
No prateado submerso do sol,
Onde nasceu o (in)contido desejo,
Da profundeza azul do teu corpo.
Tu és a musa que confunde os meus sonhos...
Inebrias-me quando estou contigo
E quando não sei de ti,
Sou um errante, solitário.
Vagueio pelas ruas da amargura
Onde a tristeza irrompe abrupta do peito,
É tão distante logo à noite,
Que de amanhã só tenho incertezas.
Tenho-te nos meus olhos
No tacto dos meus dedos,
Nas noites...
E nas madrugadas que passo sem ti.
Tenho te sem te ter.

José Maria... Z L

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Hoje, os meus olhos namoraram os teus...
Os meus dedos tocaram a suavidade da tua pele...
Hoje, abracei a nossa amizade..., tranquei-a no meu peito
com a chave da eternidade.
Se um dia tentares libertar-te de mim o céu abrirá suas portas, seus
anjos caírão em paz, e
todos os soldados me defenderão do inferno prometido.
Contei os passos que eu dei até chegar a ti...
Os caminhos por onde eu passei são feitos de sentimentos, cheiram a
rosas e não
têm regresso. Hoje, o meu peito trans-
borda lágrimas de felicidade por te ver e por
te amar.


José Maria... ZL