terça-feira, 26 de setembro de 2017

»Saudade
À tardinha volto sempre à minha terra,
ao mesmo pôr do sol,
sento-me na mesma pedra,
seguro na minha mão os meus sonhos
e espero que a noite chegue.
Deixo-me embalar no sossego desse mar
que me viu crescer,
revivo toda a história do meu passado,
e às vezes,
acredito que ainda não cresci.
São tantas as recordações que trago
no meu peito,
tantos sonhos que precocemente morreram
no tempo,
que ainda hoje,
fazem-me viver Cabo Verde
de uma forma intensa,
como se eu nunca tivesse saído de lá.
Ainda conto as pedrinhas que me fizeram
tropeçar,
os degraus que eu subi nas noites
escuras...,
ainda sei de cor o trilho que à luz da candeia
eu percorria.
O mar de Cabo Verde é o único mar que me
entende,
é na sua maresia que eu atravesso a solidão
e visito o arquipélago e sua gente.


José Maria... Z L

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