domingo, 30 de outubro de 2016

O tempo separou-nos desde a infância cruelmente,
de forma que nunca mais eu te vi e nem mais soube de ti.
Perguntei por ti em vão. Somaram-se anos de desilusões
e tristes lembranças!
O sufoco que eu carreguei na alma e a saudade que eu tive de ti,
foram dissabores amargos, que me acompanharam a vida inteira,
e fizeram de mim um prisioneiro do amor.
"Amor incerto" doí e não tem explicação...
Hoje!
Hoje a noite vestiu-se de negro como de negro estava o meu coração quando, inesperadamente encontrei-te e olhei-te nos olhos, deliberadamente. Pude certificar-me que eras tu e que a tua beleza se mantinha intacta, reafirmando o título da menina mais linda da nossa rua.
Falámos!
Falámos sem pressa. Da tua vida actual, da minha, por onde andámos e inevitavelmente do passado.
Recordámos o tempo da escola, dos momentos carinhosos que
trocávamos, da ambição que tínhamos e percebia-se que havia muita coisa a esclarecer sobre nós.
Como a noite estava fria, convidei-te a minha casa, tivemos longas horas de conversas interessantes, ofereci-te um vinho maduro para adocicar um pouco o ambiente.
Entre conversas e um copo, beijámos-nos.
Beijamos ardentemente como quem tem sede da vida
como se o beijo fosse a nossa sobrevivência e
a pouco e pouco deixámos-nos levar pelo calor do desejo, nessa noite misteriosa que a sorte nos ditou.
Abraçados focamos a noite inteira e
falamos de tudo,
até de ficarmos juntos para sempre.


José Maria... Z L

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