quinta-feira, 12 de abril de 2018

Uma vida longa de três meses
carregada de verde, mil-cores,
assim é a nossa primavera...
A fonte da beleza,
a mãe de todas as flores e de todos os amores.
Na devassa do tempo
impunha-nos o seu esplendor, verde-viva,
de uma forma afectiva,
deixa-nos a esperança de regressar para o ano.
É tão linda a primavera
como brilhante é a lua dos namorados sobre o jardim,
despindo seus beijos à noite
quando ela se senta,
no seu colo.


José Maria... Z L
Cheguei à praia cedo ainda antes da maré
molhei os pés na primeira onda
olhei o céu e vi um anjo descendo em forma d'uma luz...
Vinha em minha direcção
como se quisesse transmitir algo que eu desconhecesse.
O céu brilhou incessantemente
o silêncio ensurdecedor chegou de todos os cantos
como se o fim do mundo viesse d'uma forma ávida
pela alvorada calma da manhã.
Eu fiquei estático!
Como se o tempo parasse em mim
e dilacerasse todo o meu corpo, todo o meu ser e
todos os meus sonhos.
Foi um momento inexorável e frio!
Senti o medo de tudo o que eu conhecia e desconhecia...
Senti..., que,
viver não é mais do que exalar sentimentos
ou abraçar nostalgias e deixar o tempo passar.

José Maria... Z L
[...] quando os teus dedos percorrem o meu corpo
inebriam-se todos os poros da minha pele,
como se fossem queimados por um fogo doce
que queima..., mas não magoa.
Desfolharei o teu sorriso como quem desfolha o azul
da primavera,
como quem colhe as pétalas d'um jardim celestial,
como quem beija o coral da vida.
Abraçar-te-ei como se não existisse
o amanhã.


José Maria... Z L

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Os meus olhos pararam nos teus quando eu te vi, naquele trilho, por
onde tantas vezes eu passei.
Senti saudades... do tempo em que eu corria atrás das
borboletas de
asas cintilantes, que pousavam de folha em folha.
Do tempo que
eu tinha ilusões de que, n'outro lado do mundo, tudo eram
rosas e ouro sobre azul.
Que até o mar tinha tons de prata.
Hoje abraço a realidade com finitude de que, nada é infinito:
e perfeito.
O trilho que hoje eu vi, é como que se tivesse pétalas, rosas e
amores perfeitos, guardados no
meu peito.

 
José Maria... Z L
A cor dos teus olhos veste a minha noite profana
eu busco o prelúdio do teu corpo insano
em noites mundanas,
sacio o sabor indelével dos teus lábios, em horas vadias.
É ténue o teu sorriso...
vago o vento que traz o teu cheiro em maré vazia,
doloroso o arfar das ondas quando beijam a terra
na quietude d'um desejo submisso.
As ruas estão desertas...
a lua incide sua luz sobre a cidade e despe-a... eu
percorro a calçada, tímido, em
busca da tua mão amiga; para mais um abraço.
Bebo mais um copo...
a nostalgia percorre-me as veias, sinto o âmago desejo
de te ter, quando, a realidade me acorda d'um
pesadelo amoroso.


José Maria... Z L
[...] pudesse eu amar-te
amaria com todas as minhas forças...
pudesse eu beijar-te
beijaria devagarinho no silêncio da noite...
pudesse eu te ter
sentar-te-ia no meu colo e acariciaria o teu rosto...
pudesse eu abraçar-te
abraçaria para todo o sempre...


José Maria... ZL
- Éramos jovens...
Eu olhava o horizonte no seu todo e sonhava com responsa-
bilidade.
Tu eras linda e ambiciosa.
Eu queria partir para longe onde eu pudesse ganhar algum
dinheiro, economizar, e
regressar para te dar uma vida que sempre sonhamos.
Tu eras frágil...
Não querias que eu partisse.
Eu era jovem...
Disposto a fazer tudo para que mantivesses o brilho dos teus olhos com que, sempre te conheci.
Eu queria uma aurora azul para ti!...
Uma casa e muitos mimos no aconchego do nosso lar.
Para isso eu teria que partir.
Com coração dilacerado, olhos em lágrimas eu parti...
Tempo depois, voltei.
Tu eras a minha única princesa...
Teus olhos brilhavam como prata sobre o azul do mar.
Eu era o teu único amor.
Nós éramos os amantes mais felizes da terra.


José Maria... Z L

Nasci a namorar os teus olhos,
Cresci a chamar o teu nome,
Corri a procurar por-ti,
Para-te ter, só para mim...
Vivi a ânsia de te amar,
Uma paixão desmedida de te beijar,

E ter na minha boca o sabor da tua.
Hoje há uma palavra que nos une:
Amor.

José Maria... Z L
Olho a linha do horizonte e vejo tudo parado. Até a
minha respiração.
Esta imagem penetra em mim, a nostalgia de uma
tarde, de um
momento, de uma vida em paz, serena.
Subtilmente, sento-me numa pedra que mais tarde se
tornará em pó,
olho o céu azul e faço uma prece, agradecendo a
Deus, a possibilidade de
viver nesta linda Ilha de S. Jorge.
A aurora angélica da
manhã, o cântico das aves à tarde, o grasnar dos
cagarros à noite é um
oásis... para quem troca os atropelos da cidade por
este azul de sonho. Aqui,
a vida é mágica.


Foto ZéZé Lopes

José Maria... Z L

Este é o céu onde eu posso sonhar, onde eu posso
abraçar o sol, a lua e as estrelas.
É nesse azul que eu vivo a primavera...
Que as flores exalam perfumes, com sabor de mil
cores.
Foi num dia mágico que eu te conheci...
Foi numa noite de luar que eu provei o gosto doce do
teu beijo...
Que percorri o teu corpo em busca do fogo serpentino
dos teus seios.
As estrelas brilhavam, o teu sorriso eliminava o
caminho a percorrer, o
meu desejo era chama que ardia no inconsciente da
paixão.
Este é o céu que eu escolhi para te amar
quando, eu te conheci.


José Maria... Z L

Quando tu chegaste, nos olhos trazias a felicidade
de uma menina pura e singela.
O teu sorriso era tão lindo como d'um anjo vindo
do paraíso.
O teu ar fresco, deixava transparecer uma força
imortal.
Eras, uma princesa segura; determinada.
Eu, olhava para ti..., sussurrava, palavras sem
nexo...
Viajava no tempo, como se estivesse no céu.
Andei por caminhos incertos...
Por ruas impróprias...
Encontrava-te sempre no abissal da solidão.
[...] era pouco!
Eu queria-te nos meus braços...
Queria acordar contigo..., como se tivéssemos che-
gado de uma viagem, em
que todos os nossos sonhos se realizaram...
Em que nada ficou por dizer ou por fazer.
Amar-te-ei neste sonho ilusório.


-Foto da Net

José Maria... Z L

Quando tu chegaste, nos olhos trazias a felicidade
de uma menina pura e singela.
O teu sorriso era tão lindo como d'um anjo vindo
do paraíso.
O teu ar fresco, deixava transparecer uma força
imortal.
Eras, uma princesa segura; determinada.
Eu, olhava para ti..., sussurrava, palavras sem
nexo...
Viajava no tempo, como se estivesse no céu.
Andei por caminhos incertos...
Por ruas impróprias...
Encontrava-te sempre no abissal da solidão.
[...] era pouco!
Eu queria-te nos meus braços...
Queria acordar contigo..., como se tivéssemos che-
gados de uma viagem, em
que todos os nossos sonhos se realizaram...
Em que nada ficou por dizer ou por fazer.
Amar-te-ei neste sonho ilusório.


José Maria... Z L
A voz do vento chamou pelo meu nome, pelo nome da terra,
pela água e pelos astros...
O poderio do tempo marcou os meus olhos, a minha pele
e desgastou os meus sonhos...
Já não tenho ilusões... Talvez até eu já seja, um descrente.
Lutei e venci sempre o
torpor da vida, nunca vacilei frente a qualquer dificuldade:
mesmo em
horas difíceis, não me acobardei.
Hoje sou um velho de olhar vazio...
A erosão do tempo, esse miserável desgraçado, apagou
o meu fogo de então e,
deixou-me cinzas e uma rua de queixumes, onde,
lamento as horas que me faltam.


... Foto da net

José Maria... Z L

Os meus olhos eram pequeninos...
Neles cabiam a tua imagem e todos
os voos dos pássaros.
O sussurrar do vento numa seara
é como um bailado numa tarde de sol,
é como ter-te nos meus braços
e acreditar que a vida é eterna.
A mudez d'arte é um prenúncio lânguido,
que, quando se entranha,
os actores fazem com coração.


José Maria... Z L

Ameno em mim o sossego d'outrora,
o sorriso infantil de então,
e a meninice que eu tinha.
Hoje corro atrás das borboletas
como quem corre atrás de uma ilusão...
Sonho e brinco, na quietude da idade, e,
até, com alguma verdade
faço jogos de faz de conta.
E... como tudo na vida,
hoje recordo o meu tempo de criança
com lágrimas nos olhos.


José Maria... Z L

O pôr do sol vinha descendo devagarinho como quem pisa
as violetas, nas
tardes melancólicas de um dia quente.
Vislumbrava-se um fim de tarde com sabor a maresia...
A praia estava deserta, enrolada num silêncio total: apenas
se fazia ouvir a minha respiração.
Eu olhava as ondas que deslizavam sobre a areia molhada,
imaginava-me, a
namorar a mais bela sereia alguma vez vista no areal:
Correu-me um fogo serpentino no corpo!
Mas a tarde veio inebriar-me!...
Quando aproximaste com o teu jeito felino, sedutora, de
mulher airosa, sen-
ti um vazio que quase dilacerou-me o peito e que me deixou
num desvario...
Dei mais um mergulho!
Olhei para ti e tudo pareceu-me um sonho ofusco. Até
que os teus olhos sorriram para mim e disserem
tudo, sem dizeres nada.


José Maria... Z L